Hoje faz exatamente 30 anos que a kaazaa foi ocupada.
Lembro bem do início de toda essa história, desde a necessidade de arrumar um novo espaço para ser sede no movimento punk Curitibano, o rolê que uns punks deram no bairro e acabaram por identificar uma casa abandonada com potencial de virar um squat... Até às reuniões de planejamento para invadir o espaço ocioso.
Quem ia tomar a atitude de entrar? Quem iria morar? Como seria a organização?
Tudo eram sonhos num projeto ainda com pouca espectativa, mas muita vontade.
Logo no início da okupa, nós do Fazendinha juntamos alguns móveis velhos, uns instrumentos musicais que estavam sobrando, locamos uma Kombi de frete e fizemos uma viagem para levar essas paradas e ajudar na organização do Kaazaa. Levamos também uma enorme quantidade de livros que havíamos angariado numa campanha que fizemos no bairro. Eram para fazer parte de um acervo que estávamos planejando montar em um centro cultural, mas que acabou não dando certo... Esses livros ajudaram muito a iniciar a biblioteca punk dali do squat.
Mauro e Pompom junto com a mudança na caçamba. O motorista da Kombi é o pai do Flores.
Suicidio (Extrema Agonia), Mauro (Desajustados) e Flores (LAI). Indo da Fazendinha até o Boqueirão sobre a Kombi. Respeito zero às leis de trânsito.
Armando e Flores (ambos da LAI) na Kombi já em frente ao squat, as paredes ainda estavam discretas para não chamar a atenção da vizinhança.
Foi tudo pintado de branco... Apenas um símbolo dos Squatters havia sido pintado no muro da esquina.
Girino e Mauro descarregando a aparelhagem. Fumaça e Miséria já zoando.
Cachorrão e Armando descascando cebola para fazer um rango. Atrás no canto, se prestar atenção, dá pra ver o Pompom e o Moska saindo na mão.
Girino e alguém num clique acidental aleatório
Data 23/07/1995 orgulhosamente grafada em destaque na parede.
Squat punk no Brasil era uma realidade.
Em 2014 nós fomos fazer uma visita e tiramos essa foto. Mas o pessoal que seguiu morando lá não quiseram nem saber de papo.
Estes dias eu passei em frente e a Kaazaa e tirei essa última foto. Hoje, depois de décadas de abandono, ela está dessa maneira.
Fiquei assustado com o telhado. Onde nitidamente é possível ver que está caindo.
O símbolo squatter no muro, que foi desenhado há 30 anos, é o único vestígio aparente que ainda resiste em meio ao matagal.
Viva o punk! Okupa tudo!
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